sexta-feira, 24 de abril de 2020

OS VELHOS EM RISCO

Os velhos são velhos,
Os velhos em risco,
Sofrem dos artelhos,
Dos rins, do menisco,

Dos olhos, dos dentes
E do coração
E de diabetes
E de solidão;

Com DPOC,
Com asma, bronquite,
Os velhos têm febre,
Não têm apetite.

A tosse e as dores
E a falta de ar
E muitos tremores,
Com chão para andar.

Esburgado o chão,
Cansados da alma,
Ainda dirão
À morte: tem calma.

© Domingos da Mota

Publicado em Gazeta de Poesia Inédita

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